terça-feira, abril 29, 2014

Sudden light


I have been here before,
But when or how I cannot tell:
I know the grass beyond the door,
The sweet keen smell,
The sighing sound, the lights around the shore.

You have been mine before,—
How long ago I may not know:
But just when at that swallow's soar
Your neck turned so,
Some veil did fall,—I knew it all of yore.

Has this been thus before?
And shall not thus time's eddying flight
Still with our lives our love restore
In death's despite,
And day and night yield one delight once more?



***
Luz repentina

Aqui já estive dantes,
Quando e como, não sei supor:
Relembro a relva adiante,
O doce e vivo olor,
As luzes da costa em redor, o ruído suspirante.

Outrora foste minha, —
Há quanto tempo, ignoro:
Ao voejar uma andorinha,
Inclinaste um pouco o colo,
Deixando pender o manto, — sua existência eu retinha.

Era assim outrora?
E não deve o vórtice do tempo,
Na morte, embora,
Reaver-nos o amor
E dia e noite, ainda, gozo nos propôr?

***
Poema e Quadro "Romance da Rosa" de Dante Gabriel Rossetti
Tradução: Aline Aimée


2 comentários:

Jeferson Cardoso disse...

A efemeridade da vida faz-nos pensar, sempre. Leio e pensativo fico. Grato também, por sua tradução que trouxe a oportunidade da leitura. Aline, convido para comente meu triste “THE SMITHS, O CONTO” http://jefhcardoso.blogspot.com Abraço!

Salve Jorge disse...

Esteves
Perdida
Estendida
Frenética
Delírante

Ilusões tinha
Algumas ainda tem nos poros
Tem gente que passarinha
Outras ficam no solo
Presos ao pranto - é tênue a linha.

Sim e não.
História e memória devoram o tempo.
Nascem palavras
Traçar verbos
Dimensionar o que já não é...